Wednesday, June 30, 2010

Pain...

Lágrimas me vêm aos olhos. Esforço-me para que não rolem na face, e todos vejam a minha tristeza. Não quero que saibam da minha decepção. Antes, todos me viam feliz, rindo por todos os cantos. A alegria transbordava nos meus gestos, pelo meu olhar, nos meus muitos sorrisos.
Hoje, fujo de todos. Não quero que me vejam, pois o sorriso fugiu dos meus lábios, a tristeza inundou meu coração. A fonte da minha alegria se foi. Você, que até pouco encantava minha vida, agora, é a razão do meu desencanto. Uma frieza tão intensa que congelou meu coração, endureceu o meu rosto e emudeceu a minha voz. Sem forças para responder qualquer coisa, ouvi perplexa a dura sentença e contemplei atônica a sua ida. Sou um vulto agora, a perambular pelos cantos... a perambular pela vida.

Despedida.

Não consigo esquecer o gosto do seu beijo, nem o cheiro do seu corpo junto ao meu.
Penso em esquecer seu nome, mas eu não consigo, em noites frias de solidão é você que vaga em meus pensamentos.
Gostaria de dizer que te odeio, mas seria mentira.
Pois o amor que sinto é maior, e até me leva a sonhar acordado com você.
Você me faz muita falta.
Esquecer quem a gente ama é difícil...
Mas vai ser fácil esquecer quem não soube me amar!

(Paulo Oliveira)

Assim foi...

Águas Passadas...
Primavera se foi, e junto com o vento as folhas arrastou.
A magia da rosa desbotou e o brilho do sol se ofuscou com a chegada da noite.
O céu, um azul, quase anil, quase celestial... nasceu.
Como estradas que acabam no final, como uma rua sem saída e como uma gota do orvalho que secou... assim tudo acabou!
Não houve tempestade, nem mesmo uma maré brava... tudo silenciou.
Assim foi...
Pensei: vou morrer!
Quem sabe a morte não seria tão forte quanto a dor...
Mas a morte não veio e apenas um sonho ficou entre lembranças de um passado de entrega e amor...
Vivendo... busquei cicatrizar esta marca... entre lágrimas e no escuro do meu quarto fui reconstruindo o mundo que havia entregado todo a você.
Lembro... lembro e te deixo lá no passado. Deixei que fosse... e minhas mãos cansadas te soltou.
Meu corpo, minha mente... tudo pirou.
Minha alegria perdida ficou...
Sem forças e sem o teu amor.
Esqueci... esqueci da minha própria existência. Esqueci de outras pessoas que faziam parte da minha vida.
Me esforçava e tentava. Mas sempre que o via, novamente em prantos eu caía.
E no escuro de novo aguardava que alguma luz viria... e como eu queria que esta claridade fosse a sua...
E assim foi... que meus últimos dias se passaram.

Tempestade furiosa.

Meu mundo caiu a baixo e eu, duramente, tento colocar pedaço por pedaço em pé, novamente. Mas a cada momento uma tempestade furiosa parece derrubar todos aqueles pedacinhos novamente ao chão. Ninguém sabe o que é isso. Ninguém sabe como é estar sozinho. Solidão é o pior veneno da vida. O saber de que não há ninguém ali. Ter o amor, e não ter para quem o direcionar. O saber do como é errado gostar de você. Ah...

Isso vem me consumindo há dias. O descobrir de uma dor que jamais fora sentida e agora, parece quebrar-me aos poucos, lentamente, como uma tortura cruel. Eu queria poder dizer a você o que sinto. Com todas essas palavras que consomem minha mente. Grita-las a você. Mas palavras se tornam insuficientes para lhe fazer entender o que é isso. E isso me envenena a carne, matando-me. Não tenho escolha. E se a tivesse, não a quereria. Tudo é mais difícil quando se pode escolher, pois sempre se escolhe o errado.

Estou cansada... dessa tristeza sem sentido, desse eterno depender. Cansada de amar demais. Cansada do amor. Teria como tirar férias? Sinto minhas energias indo, sem poder fazer nada.

Venho tentando dormir e nunca acordar. Cada levantar é como acordar no inferno. Queria dormir para sempre, sonhar eternamente. O acordar é o momento mais triste de meus dias.

Meus olhos ardem. As lágrimas caem, silenciosamente. Elas carregam tudo que me mata. Se um dia alguém conseguisse desvendar o que se acontece no coração de alguém, somente com uma lágrima, ah, então todos veriam o tormento que tenho vivido incessantemente.

Um outro lugar, quem sabe...

Sofra o que eu sofri;
Sinta o que eu senti esperando por ti;
Ame o que amei, viva o que vivi;
Chore o que chorei quando eu me perdi;
Sinto te dizer, chegamos ao fim.
Deixe que os estranhos tomem conta de mim.
Só quero fazer você se lembrar que além de tudo ainda existe um outro lugar.

(Rebeca Soares)